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Gulinha.

Peixe, carne, legumes. Entradas, sobremesas, petiscos. Experiências. Dicas. Erros. Um forno temperamental. Mesas para dois ou para dez. Dias bons, muito bons e assim-assim. A minha cozinha tem de tudo. E é o meu sítio mais feliz.

Peixe, carne, legumes. Entradas, sobremesas, petiscos. Experiências. Dicas. Erros. Um forno temperamental. Mesas para dois ou para dez. Dias bons, muito bons e assim-assim. A minha cozinha tem de tudo. E é o meu sítio mais feliz.

Gulinha.

27
Fev18

Peixinho escondido.

Empadão rico do mar.

 

Adoro experimentar receitas novas (se assim não fosse então é que não fazia mesmo sentido nenhum ter um blog). Por receitas novas entenda-se receitas minhas e receitas de outras pessoas – que, dependendo dos casos, adapto ou sigo à risca.

 

Os blogs (com os seus respetivos Instagrams) são a minha grande fonte de inspiração. É graças a eles que tenho uma lista enoooorme de receitas em espera – tão grande que nem que viva até aos 100 anos consigo experimentar tudo. E todos os dias descubro, sem grande esforço, mais umas cinco para juntar à festa, pelo que... Enfim.

 

Fora os blogs, os canais de culinária também têm o seu lugar. Confesso que em parte já me cansam – sim, os MasterChefs são uma riqueza, e alguns até dão para aprender umas coisas, mas eu perdi um bocadinho a paciência. E depois há aquele problema de os programas serem repetidos e rodados até à quinta exaustão. Não digo que não sejam bons! Mas tudo o que é demais cansa...

 

Ainda assim, fiz questão de ver o «Rudolph's Bakery» de fio a pavio. Pelas receitas (tirei muitas, como por exemplo esta, e todas as que já experimentei são m-e-s-m-o boas) mas também pelas dicas. Deu centenas, ao longo daqueles episódios. Centenas. Coisas simples mas que fazem toda a diferença.

 

Além do Rudolph, sigo também com entusiasmo a Filipa Gomes. Acho-a inspiradora de uma série de formas. E podia ter tudo a ver com a presença dela, com o percurso que fez para chegar ao sítio onde está, com o empenho e a dedicação e o amor que entrega a este mundo das comidinhas (imagino com que esforço e sacrifício, por vezes). Tem a ver com tudo isto, sim. Mas também com o resultado final. Sigo-a porque quero ver o que faz. Porque as receitas dela têm muito a ver com as minhas – isto é, com o tipo de receitas que eu me sentiria inclinada a experimentar mesmo que as encontrasse noutro lugar.

 

Já fiz várias receitas do «Prato do Dia» e (como é o caso da de hoje) do «Cozinha com Twist». Todas deliciosas. Este empadão foi o teste mais recente. Por motivos logísticos (...) tive de lhe fazer uma pequena alteração, mas não correu mal. Pelo contrário! A receita é ótima. Saborosa e reconfortante. Dá algum trabalho? Dá. Dá algumas "voltinhas" até ficar pronta? Dá. Mas é tudo simples de fazer. E vale bem a pena experimentar! Que delícia!

 

Empadão rico do mar.

 

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Empadão rico do mar

Receita da Filipa Gomes | «Cozinha com Twist»

Ingredientes [para seis pessoas]:

Para o puré:

1 kg de batatas

500 g de couve-flor

4 c. de sopa de manteiga

125 ml de leite

Sal, pimenta, noz-moscada e queijo parmesão ralado q.b.

Para o "creme" de peixe:

1 alho-francês

500 g de lombo de salmão

500 g de lombo de atum

200 g de camarão inteiro

200 g de miolo de lombinhos do mar

500 ml de leite

4 c. de sopa de manteiga

5 c. de sopa de farinha

200 g de macedónia de legumes

Azeite, cebolinho e sal q.b.

 

***

 

Empadão rico do mar.

 

Para começar, trate de lavar e arranjar as batatas (que vai descascar e cortar em cubos) e a couve-flor (que vai separar em floretes). Coza tudo junto em água temperada com sal.

 

"Nos entretantos", pique um alho francês (ou corte-o em rodelas finas) e leve a refogar com azeite num wok (ou então numa frigideira ou num tacho, desde que sejam grandes). Vá mexendo de vez em quando e, entre mexidelas, corte o peixe em cubos (retire a pele e alguma espinha que apareça), tempere-o com sal e reserve.

 

Coloque os camarões (que já devem estar limpinhos) no copo da varinha mágica, junte o leite e triture. Coe as batatas e a couve e deixe-as a escorrer, para que percam o máximo de água possível.

 

Entretanto, já o alho-francês deve estar no ponto – junte-lhe a manteiga e deixe derreter. Depois acrescente a farinha, mexa e deixe cozinhar um bocadinho (em lume brando, para não pegar). A seguir junte, em várias adições, o "leite de camarão", e vá sempre mexendo. No final terá um molho grosso (e delicioso, já agora – mas aproveite para retificar os temperos).

 

A seguir, junte a este molho a macedónia (bem escorrida), os lombinhos do mar desfeitos com a mão e o peixe. Junte também o cebolinho picado (cortar com uma tesoura diretamente para o molho ajuda muito!), mexa e desligue o lume.

 

Agora, esmague a batata e a couve-flor, juntas, e leve novamente ao lume, com a manteiga, o leite, a noz-moscada, a pimenta e o parmesão (reserve um pouco para o final). Deixe aquecer e vá envolvendo.

 

Por fim, vamos montar o empadão. No fundo do tabuleiro que escolher coloque o creme de peixe, e depois cubra com o puré. Decore como preferir, regue com um fio de azeite, polvilhe com o parmesão que reservou e leve ao forno a 200º C.

 

Quando o empadão estiver douradinho, é só tirá-lo do forno, deixá-lo descansar um bocadinho cá fora e servir.

 

É tão bom! :)

 

Empadão rico do mar.

 

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Notas:

* Originalmente a receita leva 400 g de camarão, e nada de lombinhos do mar. Foi aqui que eu tive de improvisar – comprei camarão a menos e percebi isso tarde demais. Por sorte tinha no congelador uma embalagem dos ditos lombinhos... E juro que resultou!

06
Fev18

Que nunca nos faltem os espargos.

Peitos de frango com espargos.

 

Os espargos chegaram cá a casa meio por acaso. E foi uma descoberta tardia – eu sei que há quem os coma habitualmente desde sempre, mas nós estreámo-nos só há coisa de uns dois anos. Vidas...

 

A estreia deu-se num restaurante que adoramos – chama-se A Cabana, fica em Arronches e é um pequeno paraíso gastronómico. Arronches (já agora falo-lhe um bocadinho deste assunto) é seguramente um dos sítios deste país onde melhor se come. Não há restaurante que experimentemos ali e que não seja bom. A comida é sempre deliciosa e bem servida, e a relação qualidade-preço é imbatível. Tudo é ó-t-i-m-o; só que A Cabana tem qualquer coisa que a leva além do ótimo. O espaço, a simpatia do Luís (dono, cozinheiro e anfitrião), o conforto, a hospitalidade, o menu pequeno mas de se perder o juízo... Não sei. Só sei que ir a Arronches e não passar por lá é sacrilégio.

 

(Aparte: não – este post nao é patrocinado.)

 

Bom. Vem isto a propósito de espargos (por incrível que pareça). Há algum tempo – eu diria, sim, uns dois anos –, numa das nossas visitas ao dito restaurante, decidimos experimentar carne (entrecosto, se não me engano) com migas de espargos. E claro que descobrimos (sem grande surpresa, note-se) que espargos é bom. Aqueles, então... Biológicos, colhidos à mão pela família, amarguinhos na medida certa... Enfim. Acho que já se percebeu a ideia. E isso foi quanto bastou para entrarem no cardápio cá de casa.

 

(É claro que aqui, em Lisboa, é um bocadinho mais difícil conseguir os espargos ideais. Mas não é isso que me trava, já se sabe.)

 

Peitos de frango com espargos.

 

Os espargos são, portanto, a estrela da receita de hoje. Descobri-a aqui há tempos no blog do Casal Mistério, mas vem de outro que também sigo – o I Wash, You Dry. A boa notícia é que só precisa de três ingredientes (e mais uns temperos); outra boa notícia é que isto se faz em três tempos. E ainda há mais três notícias boas: esta é uma receita (quase) light, que fica d-e-l-i-c-i-o-s-a e que é muito boa ideia para quem leva almoço para o emprego.

 

Tudo pronto desse lado? ;)

 

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Peitos de frango com espargos

Ingredientes [para duas pessoas]:

2 peitos de frango (abertos ao meio)

Sal, pimenta preta, alho em pó, colorau e raspa de limão q.b.

6 a 8 espargos

4 fatias de queijo mozzarella em bola

1 c. de sopa de azeite

 

***

 

Peitos de frango com espargos.

 

Antes de mais, ponha o forno a aquecer nos 220º C.

 

Enquanto o forno aquece, tempere o interior dos peitos de frango com sal, pimenta preta, alho em pó, colorau e raspa de limão. Disponha depois duas fatias de queijo mozzarella em cada peito e por cima coloque três a quatro espargos (não se esqueça de antes lhes cortar os pés). Feche os peitos de frango – palitos ou cordel de cozinha podem ajudar – e tempere a parte de fora com os mesmos temperos que usou no interior.

 

Coloque o azeite a aquecer numa frigideira (se tiver uma em ferro fundido, use-a, porque depois pode levá-la ao forno; se não tiver, use qualquer outra – depois transfere a carne para um tabuleiro). Cozinhe os peitos de frango uns três a cinco minutos de cada lado, até que fiquem douradinhos.

 

Cubra a frigideira com papel de alumínio (ou o tabuleiro, se transferir a carne) e leve ao forno por mais 15 a 20 minutos.

 

Quando o tempo passar, retire a frigideira/o tabuleiro do forno e deixe repousar cá fora por cinco minutos, ainda com o papel de alumínio. (Esta parte é essencial para que a carne fique suculenta – não a salte!)

 

Eu servi, como se vê, acompanhado com arroz selvagem. E fizeram um ótimo par!

 

Peitos de frango com espargos.

 

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Notas:

* Eu usei mozzarella em bola. A receita original sugere provolone, que cá nem sempre se consegue encontrar. Mas, se tiver aí outro queijo, vá em frente! Queijo ralado resulta. Aliás: qualquer queijo, em qualquer formato, resulta.

 

Peitos de frango com espargos.