Que nunca nos faltem os espargos.
Os espargos chegaram cá a casa meio por acaso. E foi uma descoberta tardia – eu sei que há quem os coma habitualmente desde sempre, mas nós estreámo-nos só há coisa de uns dois anos. Vidas...
A estreia deu-se num restaurante que adoramos – chama-se A Cabana, fica em Arronches e é um pequeno paraíso gastronómico. Arronches (já agora falo-lhe um bocadinho deste assunto) é seguramente um dos sítios deste país onde melhor se come. Não há restaurante que experimentemos ali e que não seja bom. A comida é sempre deliciosa e bem servida, e a relação qualidade-preço é imbatível. Tudo é ó-t-i-m-o; só que A Cabana tem qualquer coisa que a leva além do ótimo. O espaço, a simpatia do Luís (dono, cozinheiro e anfitrião), o conforto, a hospitalidade, o menu pequeno mas de se perder o juízo... Não sei. Só sei que ir a Arronches e não passar por lá é sacrilégio.
(Aparte: não – este post nao é patrocinado.)
Bom. Vem isto a propósito de espargos (por incrível que pareça). Há algum tempo – eu diria, sim, uns dois anos –, numa das nossas visitas ao dito restaurante, decidimos experimentar carne (entrecosto, se não me engano) com migas de espargos. E claro que descobrimos (sem grande surpresa, note-se) que espargos é bom. Aqueles, então... Biológicos, colhidos à mão pela família, amarguinhos na medida certa... Enfim. Acho que já se percebeu a ideia. E isso foi quanto bastou para entrarem no cardápio cá de casa.
(É claro que aqui, em Lisboa, é um bocadinho mais difícil conseguir os espargos ideais. Mas não é isso que me trava, já se sabe.)
Os espargos são, portanto, a estrela da receita de hoje. Descobri-a aqui há tempos no blog do Casal Mistério, mas vem de outro que também sigo – o I Wash, You Dry. A boa notícia é que só precisa de três ingredientes (e mais uns temperos); outra boa notícia é que isto se faz em três tempos. E ainda há mais três notícias boas: esta é uma receita (quase) light, que fica d-e-l-i-c-i-o-s-a e que é muito boa ideia para quem leva almoço para o emprego.
Tudo pronto desse lado? ;)
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Peitos de frango com espargos
Ingredientes [para duas pessoas]:
2 peitos de frango (abertos ao meio)
Sal, pimenta preta, alho em pó, colorau e raspa de limão q.b.
6 a 8 espargos
4 fatias de queijo mozzarella em bola
1 c. de sopa de azeite
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Antes de mais, ponha o forno a aquecer nos 220º C.
Enquanto o forno aquece, tempere o interior dos peitos de frango com sal, pimenta preta, alho em pó, colorau e raspa de limão. Disponha depois duas fatias de queijo mozzarella em cada peito e por cima coloque três a quatro espargos (não se esqueça de antes lhes cortar os pés). Feche os peitos de frango – palitos ou cordel de cozinha podem ajudar – e tempere a parte de fora com os mesmos temperos que usou no interior.
Coloque o azeite a aquecer numa frigideira (se tiver uma em ferro fundido, use-a, porque depois pode levá-la ao forno; se não tiver, use qualquer outra – depois transfere a carne para um tabuleiro). Cozinhe os peitos de frango uns três a cinco minutos de cada lado, até que fiquem douradinhos.
Cubra a frigideira com papel de alumínio (ou o tabuleiro, se transferir a carne) e leve ao forno por mais 15 a 20 minutos.
Quando o tempo passar, retire a frigideira/o tabuleiro do forno e deixe repousar cá fora por cinco minutos, ainda com o papel de alumínio. (Esta parte é essencial para que a carne fique suculenta – não a salte!)
Eu servi, como se vê, acompanhado com arroz selvagem. E fizeram um ótimo par!
Notas:
* Eu usei mozzarella em bola. A receita original sugere provolone, que cá nem sempre se consegue encontrar. Mas, se tiver aí outro queijo, vá em frente! Queijo ralado resulta. Aliás: qualquer queijo, em qualquer formato, resulta.