Este não é só mais um bolo de chocolate.
Ficou aqui prometida, ontem, a receita do bolo de chocolate que fiz para os anos da minha mãe. Hoje, aqui vem ela!
Este não é mesmo só mais um bolo de chocolate. E não o é por duas razões: os ingredientes (leva leitelho e uma quantidade pouco comum de fermento) e a textura com que fica no final.
Como aqui disse ontem, é um bolo mais para o húmido, leve, suave e não muito doce (porque, como também já disse, roubei quase metade à quantidade de açúcar).
A receita original é do Rudolph van Veen, esse guru holandês da cozinha em geral e das doçuras em particular. Tanto que já aprendi a ver aqueles programas! Além disso, já fiz pelo menos uma meia dúzia de receitas dele e a verdade é que todas saem bem e todas são ótimas.
Além de ser delicioso e de ter a eterna versatilidade de um bolo de chocolate, este bolo ainda tem a vantagem de ser muito fácil e rápido de fazer. Vale mesmo a pena experimentar! Acredite que vai entrar de imediato para a lista de bolos (para o dia a dia ou para festas) aí de casa.
Vamos a isso? :)
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Bolo de chocolate do Rudolph*
* foi o nome que lhe dei no meu caderno das receitas
Ingredientes:
90 g de cacau em pó
300 ml de água
1 pitada de sal
300 g de açúcar
250 g de farinha
30 g de fermento em pó
3 ovos (M/L)
140 ml de óleo
350 ml de leitelho
1 c. de chá de extrato de baunilha
Manteiga q.b. [para untar a forma]
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Para começar, trate logo da única parte "bicuda" desta receita: a água de cacau. Leve a água ao lume. Quando levantar fervura, verta-a aos poucos (mas é mesmo aos poucos-muito-poucos) sobre o cacau e vá mexendo muito bem. Eu sei que parece que não vai resultar nunca, mas não desespere – às tantas o cacau vai mesmo diluir. No final terá uma espécie de pasta de cacau, que tem de deixar arrefecer. (Não estranhe: depois de fria vai ficar mais espessa.)
A seguir, ponha o forno a aquecer nos 180º C. Unte uma forma de 26 cm com manteiga e forre o fundo com papel vegetal.
Depois, parta para a massa do bolo. É muito simples! Na taça em que vai bater tudo, misture os ingredientes secos (farinha, açúcar, fermento e sal). Depois, junte os ingredientes líquidos – os ovos, o extrato de baunilha, o óleo, o leitelho e a água de cacau. Quando já tiver tudo na taça, envolva devagar, por uns instantes, e depois bata. A ideia não é bater muito... Minuto e meio chega.
Feita a massa, é só verter na forma e levar ao forno cerca de uma hora. Aqui, o teste do palito não é 100% fiável, porque como o bolo é um nadinha húmido o palito vai sempre trazer umas migalhitas. É uma questão de bom senso... Se a massa estiver líquida, ou se ainda vier alguma colada ao palito, nem pensar em tirar do forno. Mas umas migalhitas aqui e ali não têm problema.
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Ganache de chocolate preto
Ingredientes:
200 g de chocolate de culinária
100 ml de natas
Nada mais simples. Parta o chocolate em bocadinhos e coloque dentro de uma taça (resistente ao calor); leve as natas ao lume até começarem a ferver; verta as natas sobre o chocolate; deixe repousar uns dois minutos e a seguir mexa bem, com a ajuda de um batedor de varas. Assim que o chocolate estiver todo dissolvido, está pronta. Depois é só aguardar um bocadinho, para a ganache arrefecer até ter a consistência certa para rechear ou cobrir o bolo. Se a dada altura já tiver arrefecido demais, e por isso já estiver demasiado espessa para trabalhar com ela, leve-a um bocadinho ao microondas. Se tiverem de ser dois ou três bocadinhos, também não faz mal – mas mexa entretanto, para o chocolate não queimar.
Notas:
* Para o bolo das fotografias eu fiz três doses. Três vezes a receita, portanto. Mas bolo a bolo! Esta massa é tão fofa que fazer um bolo grande para depois cortar não é mesmo uma opção viável... Se quer três camadas, tem de cozer três bolos.
* Se quiser espreitar a versão original da receita, com vídeo e tudo, está aqui. (Se ler inglês, copie o link e cole-o no Google Translate, com as opções Holandês-Inglês. É milagroso!) Mas eu só fiz o bolo. Não usei o mesmo creme – nem, escusado será dizer, a mesma decoração.
* Nesta receita convém mesmo usar leitelho. Não digo que o bolo não cresça se usar leite, ou iogurtes, ou natas azedas (sour cream), mas também não garanto que corra bem (não experimentei). Um dos segredos da leveza deste bolo está na combinação do leitelho com o fermento. A acidez do primeiro estimula o segundo. E isso faz toda a diferença... É verdade que o leitelho, além de não ser propriamente barato, não é fácil de encontrar. Eu só descobri no El Corte Inglés. Mas garanto que vale a pena o esforço!
* Quanto à decoração e ao interior do bolo, está tudo no meu post de ontem.