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Gulinha.

Peixe, carne, legumes. Entradas, sobremesas, petiscos. Experiências. Dicas. Erros. Um forno temperamental. Mesas para dois ou para dez. Dias bons, muito bons e assim-assim. A minha cozinha tem de tudo. E é o meu sítio mais feliz.

Peixe, carne, legumes. Entradas, sobremesas, petiscos. Experiências. Dicas. Erros. Um forno temperamental. Mesas para dois ou para dez. Dias bons, muito bons e assim-assim. A minha cozinha tem de tudo. E é o meu sítio mais feliz.

Gulinha.

16
Jun20

Naan a fazer-se de pizza. Que petisco!

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Na verdade eu hoje vinha toda lançada para partilhar convosco uma receita de bacalhau. O que é que sucede? Sucede que Sofia se esqueceu de a fotografar.  O que significa que agora só há a dita receita quando eu puder fazer o tal bacalhau outra vez. (É que ainda para mais é mesmo bom! É gratinado, leva muitos legumes e faz um belo e feliz pratinho de forno.)

 

Mas nada se perde. Não há bacalhau, há petisquinho. Não há prato principal, há entrada (ou jantar de dia de bola, por exemplo, que pede assim uma coisa amiga de comer à mão). Basta ter pão naan – ando há meses para fazer caseiro, que é TÃO melhor, mas confesso que ainda não foi desta. Ou, se não tiver naan, pode usar uma base de pizza, por exemplo. Depois, peras, queijo de cabra, mel, tomilho, mais uns pozinhos e já está. É fácil, é rápido e cá em casa toda a gente adorou – tanto que em duas semanas fiz duas vezes. 

 

A ideia vem do site By Gabriella e este petisco vai seguramente entrar na rotação cá de casa. (Só é pena que a rotação de jantares de família e de amigos nunca mais regresse...) Experimente assim que puder. É um belo mimo para si e para a sua família!

 

 

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Naan com pera, queijo de cabra e tomilho

Receita do blog «By Gabriella»

Ingredientes [para 2/3 pessoas]:

½ (ou ⅔ de) pera, não muito madura, com casca e cortada em fatias finas

¼ c. de sopa de manteiga

120 g de queijo de cabra

½ cebola média cortada em meias-luas finas

½ c. de chá de açúcar

Sal fino q.b.

2 c. de sopa de azeite

Tomilho seco q.b.

2 c. de sopa de mel + q.b. para finalizar

1 pão naan

 

***

 

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Então vamos lá.

 

Para começar, ponha o forno a pré-aquecer nos 200º C e forre um tabuleiro em que o naan caiba com papel vegetal.

 

Depois, numa frigideira ou num tacho pequeno salteie a cebola numa colher e meia de sopa de azeite, com o açúcar e uma pitada de sal fino. Mantenha o lume médio baixo e deixe a cebola ir caramelizando – com cuidado, para não queimar as pontas.

 

Noutra frigideira, derreta a manteiga. A seguir junte as fatias de pera (sem as sobrepor) e deixe-as cozinhar por uns cinco minutos em lume médio. Depois vire-as e deixe-as ficar mais uns três a cinco minutinhos. A ideia é cozinharem (vão reduzir e escurecer ligeiramente), mas sem tostar.

 

"Nos entretantos", numa tigela coloque a restante meia colher de sopa de azeite e folhas de tomilho (seja generoso/a), misture e reserve.

 

Para outra taça, vai desfazer o queijo de cabra com as mãos, e depois vai juntar o mel e mais folhas de tomilho. A seguir, varinha mágica nisto tudo, com calma e serenidade, até obter um creme (se sobrarem uns vestígios de queijo mais inteiro não há problema, mas a ideia é mesmo no final ter uma textura cremosa). 


Nesta altura já deve ter as peras e a cebola prontas. Pincele o naan dos dois lados com o azeite que reservou e coloque-o no tabuleiro que preparou. Por cima espalhe o creme de queijo de cabra (e espalhe o melhor que puder). Junte a cebola (distribua-a uniformemente) e a pera (idem) e leve ao forno por cerca de dez minutos – ou até o queijo e a pera estarem douradinhos.

 

Retire do forno, finalize com um fio de mel e mais umas folhinhas de tomilho, deixe arrefecer ligeiramente (para não queimar a língua) e seja feliz!

 

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Notas:

* Se não tiver peras, maçã também resulta muito bem.

13
Mai20

Salsichas, agrião, maçã – improvável mas delicioso!

Hoje temos petisco. E dos bons!

 

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© Hirsheimer & Hamilton

 

Nos longínquos inícios desta era de isolamento subscrevi uma série de newletters de culinária, gastronomia e afins. Entre um curso digital de bases de culinária (que recomendo a todos aqueles que falem inglês – por mais que saibam sobre tachos, molhos e tipos de carne é bem possível que aprendam algo de novo), uma revista sobre os restaurantes de Nova Iorque (e agora sobre o drama em que eles vivem) ou uma publicação online dedicada à(s) história(s) da gastronomia, comecei a ter muito com que me entreter reunido no meu e-mail. Manter toda a leitura em dia é outra história... Mas faço por isso, ainda assim.

 

Numa dessas newletters (a da Epicurious, mais dedicada a receitas), apareceu-me um link para uma daquelas listas de "vinte e dois jantares para fazer em quinze minutos". Eu nem sou muito dada a estes "compêndios"; para já, os quinze minutos nunca são quinze minutos (o curso de cozinha ali de cima dá boas pistas a respeito desse tema), e depois na maioria dos casos as receitas não me cativam lá muito. Mas, sabe-se lá porquê, nesse dia decidi deixar-me surpreender. E foi algures no meio dessa lista que me apareceu a receita de hoje.

 

Não sei se o que me falou ao coraçãozinho culinário foi a maçã (adoro cozinhar com fruta – bem mais do que comê-la crua...), o agrião ou toda a mistura em si. Sei que achei que isto tinha de ser bom.

 

Só não pensei foi que fosse TÃO bom!

 

Pode parecer uma mistura estranha. Usar agriões como quem usa espinafres numa receita assim não é algo a que estejamos muito habituados, por exemplo. E o resultado final não é exatamente o tipo de petisco que costumamos programar para uma sexta-feira à noite (bom, vocês lá sabem da vossa vida...). Ma, certo, certo é que este prato vai entrar na rotação cá de casa.

 

É tão bom que nem o fotografei. Esqueci-me. E quando me lembrei já não ia a tempo...

 

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Salsichas com maçã e agrião

Ingredientes [para duas pessoas]:

2 c. de sopa de azeite

4 maçãs pequenas (eu usei vermelhas), cortadas a meio

6 salsichas frescas

½ chávena de vinho branco

1 c. de sopa de vinagre balsâmico

6 bons punhados de folhas de agrião

 

***

 

Então vamos lá: comece por aquecer o azeite numa frigideira larga. Quando estiver quente, leve as maçãs a fritar (com a parte cortada virada para baixo). Esta parte vai demorar uns dez, doze minutos. A meio vire-as ao contrário um bocadinho, para dar uma cor do outro lado, e depois volte a virá-las para baixo. Se vir que é preciso, junte mais um bocadinho de azeite.

 

Entretanto, pique as salsichas com um palito. Quando as maçãs estiverem tostadinhas, tire-as da frigideira e junte as salsichas. Deixe-as ganhar uma cor de todos os lados (e vire-as com cuidado, para não se desmancharem). Quando estiverem prontas, junte o vinho e o vinagre, deixe levantar fervura e baixe o lume, para o molho reduzir. Isto vai demorar uns cinco, seis minutos – mas faça o truque da colher: se o molho a cobrir pela parte côncava, está pronto.

 

A seguir, para terminar, tire as salsichas, junte o agrião, deixe-o quebrar e volte a colocar na frigideira as salsichas e as maçãs.

 

E está pronto. É só servir.

 

Prometo que vai valer a pena!

 

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07
Mai20

Bulhão Pato não é só para as amêijoas.

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Não é mesmo. Também é para os camarões. Ou para os cogumelos! Nomeadamente quando a) se tem alguns no frigorífico a quererem passar do prazo e/ou b) se está numa de vegetais.

 

(Antes de continuarmos: sim. Amêijoas à Bulhão Pato é um petisco "daqueles"! Não podemos estar mais de acordo.)

 

Poucas coisas são tão fáceis de fazer como estes cogumelos. E a facilidade é proporcional ao sabor – são muito fáceis, sim, e também muito saborosos. Além disso, agradam a muita gente (sendo que eu conheço duas almas estranhas que não gostam – vá-se lá perceber), o que faz deles um ótimo petisco para quando a nossa vida social voltar e de repente tivermos visitas inesperadas e quisermos "fazer bonito". Em dez ou quinze minutos temos uma entradinha bem gostosa pronta a servir.

 

Vamos a isto?

 

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Cogumelos à Bulhão Pato

Ingredientes [para duas pessoas]:

450 g de cogumelos inteiros (marron, brancos, portobello, ...)

3 c. de sopa de azeite

1 boa c. de sopa de manteiga

3 dentes de alho grandes

½ copo de vinho branco

Sumo de limão q.b.

1 molhinho de coentros

Sal, pimenta e piripíri q.b.

 

***

 

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Para começar, limpe bem os cogumelos e corte-os em pedaços (do género de cubos, ou como prefira chamar-lhe). É importante que estes pedaços não sejam muito pequenos, para que mantenham alguma textura e não fiquem mínimos depois de cozinhados. Se os cogumelos forem pequenos, pode até cozinhá-los inteiros – separe só os caules dos "chapéus".

 

A seguir, numa frigideira, num wok ou num tacho leve o azeite e a manteiga ao lume, com os dentes de alho esmagados (casquinhas incluídas!). Deixe os aromas soltarem-se um bocadinho e junte os cogumelos. Tempere com o sal, a pimenta e o piripíri (não precisa de pôr, mas se gosta não salte esta parte) e vá mexendo. Quando o líquido tiver reduzido e os cogumelos estiverem quase prontos, é altura de juntar o vinho. Deixe ferver, para o álcool evaporar. A seguir junte os coentros picados grosseiramente, o sumo de limão que quiser pôr... E já está!

 

Nada mais fácil. É só torrar umas fatias de pão "nos entretantos", que até é crime servir isto sem pãozinho para o molho, e está pronto.

 

Delicie-se!

 

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21
Abr20

Pizza. Apenas isso: pizza!

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© Half Baked Harvest

 

Vamos imaginar que ainda ninguém engordou nesta fase mais dada ao recolhimento e que por isso pizza caseira é algo que faz sentido.

 

E faz. Faz, sim. Faz mesmo! Foi por isso que eu a levei ao forno aqui há dias (para o jantar de Domingo de Páscoa!). E é por isso que venho aqui deixar a receita. Por isso e porque é, como são sempre as receitas do Half Baked Harvest, tão-boa-mas-tão-boa-mas-tão-boa.

 

Para a base, há uma receita boa, fácil, rápida e só com dois ingredientes aqui. Mas, se não estiverem muito na onda de fazer a massa, ou se vos faltar esse bocadinho de tempo, ou se não tiverem um dos ingredientes, usem uma de compra. (Ou, tendo-a e querendo e podendo, optem pela receita caseira que costumam usar desse lado.)

 

Seja qual for a massa, não vai ser ela o problema. Até porque, na pior das hipóteses (e que mesmo sendo diferente é bem boa), podem cortar fatias de pão, espalhar o recheio por cima e levar ao forno. Não deixem é de fazer isto para um jantar de fim de semana, um brunch ou um daqueles momentos em que vos apetece mesmo um “petisquinho”.

 

No final, garanto que não sobra nada!

 

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Pizza de cogumelos e cebola caramelizada

Receita do blog «Half Baked Harvest»

Ingredientes [para uma pizza média]:

2 c. de sopa de manteiga

1 cebola grande, cortada em meias-luas (nem muito fininhas nem muito grossas)

⅓ de chávena de vinho branco (pode substituir por sidra ou sumo de maçã)

1 c. de sopa de salva fresca, picada

2 c. de chá de alecrim fresco, picado + umas folhinhas inteiras

1 pitada de flocos de piripíri (opcional, claro)

250 g de mistura de cogumelos

1 a 2 dentes de alho picados ou esmagados

Massa de pizza (esta, por exemplo – ou a que costuma fazer, ou a que costuma comprar…)

1 chávena de espinafres frescos

90 g de queijo de cabra em pedaços

1 chávena de queijo mozzarella ralado

Sal, pimenta e azeite q.b.

 

***

 

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© Half Baked Harvest

 

Para começar, coloque o forno a aquecer a 225º C. Se usar massa de compra, prepare-a.

 

Enquanto o forno aquece, derreta a manteiga numa frigideira e junte a cebola em meias-luas. Deixe cozinhar, em lume médio, até que a cebola comece a ficar molinha. Nessa altura, junte metade do vinho branco e tempere a cebola com sal e pimenta. Vá mexendo e, quando o líquido evaporar, junte o resto do vinho. Continue a mexer. Daí a uns cinco, dez minutos as cebolas já devem estar a dourar. É nessa altura que vai juntar os cogumelos, o alho, as ervas e o piripíri (se usar). Quando os cogumelos “quebrarem” e não houver líquido na frigideira, pode apagar o lume.

 

Sobre a massa, que nesta altura já deve estar pronta a utilizar, vai colocar um fio de azeite. Por cima, dispõe os espinafres e o queijo de cabra, partido com as mãos, e a seguir metade da mistura de cebola e cogumelos. Em seguida, polvilha com o queijo ralado e por fim dispõe o resto da mistura de cogumelos e umas folhinhas de alecrim.

 

A seguir é só mesmo levar ao forno entre 10 e 20 minutos – até a massa estar tostadinha nas bordas e o queijo ralado ter derretido. Depois é só tirar do forno e ter força de vontade para esperar. Ou isso ou queimar as pontas dos dedos e da língua… É que resistir é um bocadinho difícil!

 

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Notas:

* A sálvia pode ser difícil de encontrar nesta altura. Até mesmo o alecrim não tem sido fácil de conseguir… Troque as ervas pelas que tiver à mão. Orégãos, tomilho, salsa… Opte pelos sabores de que gostar mais.

 

* O mesmo vale para o queijo. No ralado, eu usei mozzarella. Mistura de quatro queijos, para gratinar, ou só emmental, por exemplo, também resultam. E para quem, como eu, gostar de travos mais fortes, queijo da ilha ralado é uma ótima opção!

Quanto ao queijo de cabra em pedaços, mais uma vez vale o que houver – Brie, Camembert…

 

* Sobre os cogumelos: eu usei, porque tinha em casa, uma mistura de cogumelos silvestres. Mas use os que tiver à mão ou os que encontrar com mais facilidade.

14
Nov17

Um snack de grão pode não parecer viciante. Mas é!

Snack de grão crocante.

 

Grão. Um snack de grão. Caseiro. Saudável. Facílimo de fazer. E rápido, também, se o forno ajudar.

 

Não sei se esta ideia lhe parece estranha. A mim, há coisa de um ano, havia de parecer. Porque grão... Enfim. Em miúda era coisa a que não achava gracinha nenhuma. Já crescida, poucas vezes comi, e também verdade se diga que nunca lhe dei lá muita atenção. Mas aqui há uns anos eu e o grão ficámos amigos. Tudo começou pela sopa – e começou muito bem, porque fizemos as pazes logo à primeira colherada. Mas em que mundo terei eu andado até àquela altura?

 

Episódios biográficos à parte, a verdade é que hoje eu e o grão damo-nos bem. Aqui há tempos descobri o húmus e tenho feito umas experiências; outra experiência que fiz foi este snack. Não vou dizer que correu bem à primeira, porque não correu (ui!). Nem que correu bem à segunda, porque também não correu. Mas à terceira foi de vez! Fiz os ajustes todos e finalmente cheguei ao ponto certo: grãos crocantes, bem temperadinhos e deliciosos.

 

(Lá em baixo, nas notas, está tudo explicado – o que fazer e o que não fazer para a coisa correr bem e sem acidentes.)

 

O que é que se faz com isto? Bom, desde logo faz-se um snack. (Ainda para mais isso é inevitável, pelo menos comigo – mal os tiro do forno começo logo a "roer", mesmo que tenham outro destino.) Mas são ótimos para pôr em saladas ou para juntar à sopa (já no prato, como se faz com as sementes). Isto é bom de qualquer maneira. Resumidamente, é isso.

 

Snack de grão crocante.

 

Se tem aí em casa grão para cozer, ou um frasquinho ou uma latinha de grão, experimente lá fazer este petisco. Garanto que os cinco minutos que leva a preparar (fora o tempo de forno, claro) não são mal empregados. Muito pelo contrário! Tem aqui uma bela alternativa a pipocas. E bem mais saudável... ;)

 

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Snack de grão crocante

Ingredientes:

Grão cozido

Sal fino, pimenta preta, alho em pó, colorau, noz-moscada, açafrão e canela q.b.

Azeite q.b.

 

***

 

Snack de grão crocante.

 

Nesta receita não pode haver quantidades. É mesmo ao gosto de cada um... (E isso começa logo nas especiarias – use as que preferir! Eu desta vez usei as que estão ali, nos ingredientes. Mas da próxima vez logo se vê.)

 

É muito, muito fácil. Para começar, ponha o forno a aquecer nos 180º C. Depois, coloque o grão num tabuleiro de ir ao forno, junte-lhe os temperos, regue com um fio de azeite e envolva tudo muito bem (para todos os grãos ficarem temperados).

 

Cubra bem o tabuleiro com papel de alumínio – por-favor-não-salte-esta-parte (e aqui "saltar" é o verbo certo – espreite as notas). Faça uns furinhos no topo, com a ajuda de um palito, só para que o ar circule.

 

Leve ao forno por uns 20 minutos. Passado esse tempo abane bem o tabuleiro, para dar uma volta aos grãos, e volte a colocar no forno. Deixe passar aí mais uns dez minutos. Depois tire o tabuleiro cá para fora e destape-o, para ver qual é o ponto de situação. Se estiverem douradinhos (assim um dourado para o escuro...), estão bons. Se não estiverem, deixe-os ficar mais um tempinho no forno. Sempre tapados! Vá vendo e controlando (e abanando, se for o caso), até lhe parecerem prontos.

 

E está feito! É só começar a "roer", como eu. Ou então juntar à salada (deixe-os arrefecer, nesse caso) ou à sopa.

 

Depois diga-me se correu bem! ;)

 

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Notas:

* Aquela parte do papel de alumínio é m-e-s-m-o importante, porque o grão salta. Mas é que salta muito. E para todo o lado. Os grãos a aquecer parecem pipocas – na verdade acho que em termos de estoiro ainda conseguem ser um bocadinho piores.

A primeira receita que vi de um snack deste género sugeria que se cozinhassem os grãos na frigideira, salteados num fio de azeite. Escusado será dizer que quando experimentei houve grão "explodido" por metade da cozinha. E o que não explodiu ficou mirradinho e sem ponta de graça.

Na segunda tentativa já levei os grãos ao forno. Mas fui tontinha! Quer dizer, a ideia do forno não foi má – mas é claro que os grãos também explodiram... Um bocadinho menos, é certo, mas mesmo assim cheguei ao fim com uma série deles no fundo do forno, já rebentados. E para a coisa não correr ainda pior tive de os tirar antes de estarem "no ponto".

Daí que o papel de alumínio seja essencial. O que saltar salta lá dentro e fica lá dentro. Não há desperdício nem sujidade. Nem sustos! Sim, porque aqueles "estrondinhos"...

 

* O tempo de forno vai variar muito, consoante o forno em si e a quantidade de grão. Eu fiz aí umas seis a oito colheres de sopa mal cheias (com o calor os grãos encolhem). Mas se a ideia for uma dose maior pode ser preciso mais tempo.

 

Snack de grão crocante.

28
Set17

Doces batatas-doces.

Doces batatas-doces1.jpg

 

 

A batata-doce é uma bênção. Divina, da natureza, do cosmos... O que preferir. Mas, venha lá de onde vier, é mesmo uma bênção.

 

Só por si, o nome já diz tudo. Ou quase tudo. "Doce". (Às vezes vem com "açúcar" a menos, mas isso já é outra história.) É doce. É boa para salgados e para sobremesas. É boa cozida, assada, frita, feita no forno, crua. É boa em puré. É boa como acompanhamento ou petisco. É boa em empadão, em saladas ou na sopa.

 

É boa branca, laranja ou roxa. (Mas eu confesso o meu particular amor pela versão laranja.)

 

Acho que já se percebeu a ideia...

 

Nunca passo por uma receita com batata-doce sem "parar para ver". Porque há sempre mais uma ideia nova. Mais um formato, mais um tempero, mais um sítio onde ela encaixa na perfeição.

 

Para hoje, a sugestão não é uma ideia nova. Nem é (mesmo nada) complicada. Mas dá um belo acompanhamento para carnes grelhadas ou assadas, por exemplo. E também dá um bom snack: saboroso, saudável e bonito!

 

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Palitos de batata-doce no forno

Ingredientes:

Batatas-doces

Sal, alho em pó, pimenta preta, tomilho, colorau, canela e azeite q.b.

 

***

 

Primeiro que tudo, ponha o forno a aquecer nos 180º C.

 

Enquanto o forno aquece, lave muito bem as batatas-doces. Se for cozinhá-las com a casca, o ideal é esfregá-las com uma escovinha, porque parecendo que não elas trazem mesmo muita terra – quando achamos que já lha tirámos toda, ainda lá resta alguma. (Estas foram descascadas porque já tinham alguns dias e eu estava com receio de que não estivessem em condições por dentro. Mas não costumo descascá-las.)

 

Corte as batatas em palitos grossinhos, aí com 1 cm, 1,5 cm de espessura, e reserve, numa taça.

 

Noutra tacinha, misture os temperos (o azeite não conta).

 

E agora faça uma pausa e cheire esta mistura. A sério. É que cheira TÃO bem.

 

Por fim, vai regar as batatas com um fio de azeite e envolver bem (com as mãos ou agitando a taça). Depois, é só juntar o tempero e voltar a envolver, para que todos os palitos fiquem bem temperados.

 

Cubra um tabuleiro de ir ao forno com papel vegetal e coloque lá os palitos de batata-doce, sem que fiquem uns por cima dos outros. Algo deste género:

 

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Depois, é só levar ao forno uns 30, 40 minutos. A meio do tempo, vire as batatas, para tostarem dos dois lados.

 

No final, quando estiverem prontas, tente não as comer todas de uma vez só...

 

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Notas:

* Cada forno é um forno. Vá espreitando as batatas – até para ter a certeza de que não estão a queimar por baixo. E assim que estiverem lourinhas do lado de cima pode voltá-las.

 

* No tempero, aqui, vale tudo! Li algures, há uns dias, que o tomilho e a batata-doce nasceram um para o outro. Mas se quiser pode pôr orégãos, manjericão, salsa, estas coisas todas, alguma mistura de ervas de que goste particularmente... Lá está: vale tudo. E pode juntar noz-moscada, trocar a pimenta preta por branca ou rosa, não pôr o colorau... Sempre que fizer experimente novas misturas. Se a batata-doce for boa, todas vão resultar. Eu nunca faço duas vezes da mesma maneira...

24
Set17

O doce agridoce de umas asinhas de frango.

Asinhas de frango com molho de manga.jpg

 

 Adoro agridoce. Com picante q.b. ali no meio, então...

 

Sei que os agridoces não são lá muito consensuais. Há quem adore e quem deteste. Eu estou, claramente, no primeiro grupo. Não é que faça muitas vezes, porque fazendo só de vez em quando tem ainda mais graça; mas cá em casa há duas ou três receitas das habituais que envolvem mel, fruta e piripíri. Cheiram bem e sabem ainda melhor.

 

(Sobre o mel, hei de falar um dia destes. Mas que é das melhores coisas que existem para levar os pratos salgados mais longe... Isso é.)

 

O almoço de hoje foi, sim, agridoce. Perfumado, intenso na medida certa, colorido e leve. A receita foi uma estreia. Encontrei-a algures, já não sei bem onde, e fiz-lhe as minhas adaptações, para lhe dar um pouco mais de sabor. Para quem gosta de frango e de molhinhos assim mais adocicados e consistentes – este é um chutney muuuuito a fingir –, é uma bela ideia. Eu fiz dela almoço, mas pode perfeitamente ser um petisco de fim de tarde, por exemplo.

 

E cheira tão bem...

 

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Asinhas de frango com molho de manga

 

Ingredientes [para duas pessoas]:

450 g de asas de frango do campo

1 manga

¼ de pimento vermelho

3 dentes de alho

½ chávena de farinha

¼ de chávena de vinagre de tomate

⅓ de chávena de mel

2 c. de sopa de sumo de lima

Sal, pimenta preta, colorau, piripíri, alho em pó e vinho branco q.b.

 

***

 

A primeira coisa a fazer é partir as asas de frango em três pedaços e dar um golpe dos dois lados de cada pedaço. Depois, tempere com sal, pimenta preta e um dente de alho picado. Regue com o vinho branco, na quantidade que preferir, e deixe marinar pelo menos 1 hora.

 

Na altura de começar a cozinhar, ponha o forno a aquecer, aí nos 220º C.

 

Enquanto o forno aquece, numa taça misture a farinha, um pouco de piripíri, e três pitadinhas – uma de sal fino, outra de pimenta e outra de alho em pó. (Atenção às quantidades, porque a carne já está temperada.) Quanto tiver esta mistura feita, tira as asinhas da marinada, seca-as bem em papel de cozinha e envolve-as na farinha. Depois tem de sacudir bem (a ideia é ficarem com uma capa fininha de farinha, não é fazer uma massa...).

 

À medida que for passando as asas pela farinha, coloque-as num tabuleiro com grelha. Por baixo da grelha pode colocar papel de alumínio ou papel vegetal – a gordura da pele do frango vai pingar, e assim depois é mais fácil limpar o tabuleiro.

 

Quando já tiver todas as asinhas prontas, leve ao forno. A meio do tempo, não se esqueça de virar todos os pedaços, para que tostem dos dois lados. No meu forno esta parte demorou aí uma hora, mas vai depender sempre do daí de casa. (O meu não é muito despachado, por isso o melhor é começarem por uns 20 minutos de cada lado e depois verem se a carne está bem passada.)

 

"Nos entretantos", pode ir tratando do molho. Num copo triturador, num liquidificador ou em algo parecido, coloque a manga descascada e em pedaços, o pimento cortado em tiras, dois dentes de alho, colorau (eu pus aí meia colher de chá), o vinagre e o sumo de lima. Depois é só triturar. Vai ficar com uma espécie de polpa espessa e muito cor-de-laranja.

 

A seguir coloca este "sumo" de manga numa frigideira (se for antiaderente vai tudo correr bem) e junta o mel e um pouco de piripíri. Liga o lume, baixinho, e vai mexendo, para não pegar. A ideia é que o líquido vá fervendo levemente. À medida que ferve, vai espessando. Ao fim de uns 10 minutos já deve ter engrossado o suficiente, mas vá vendo.

 

Por esta altura já as asas de frango devem estar cozinhadas. Passe-as uma a uma no molho, de maneira a que fiquem totalmente cobertas, e coloque-as num outro tabuleiro, forrado com papel vegetal. A seguir, leve outra vez ao forno, novamente a 220º C. Se o seu forno der calor só por cima, é agora que vai usar essa opção. Se não der, muita atenção: 10 minutos, no máximo. Caso contrário a parte de cima fica linda mas a de baixo fica queimada.

 

Quando chegar ao fim deve ter umas lindas asas de frango, laranjinhas e levemente caramelizadas. Eu servi com um pouco de arroz branco, soltinho, e pus o que sobrou do molho numa tacinha à parte, para se poder juntar ao arroz (ou mesmo ao frango).

 

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Notas:

* Quando tirar as asinhas do forno para servir, não vai ser nada boa ideia tocar-lhes com as mãos. Há mel naquele molho, lembra-se? Mel. A ferver.

 

* Digo frango do campo porque uso sempre frango do campo. Aviário só quando vou à churrasqueira. Mas é claro que isto é opcional!

 

* O que não é opcional, e nunca é demais lembrar, é o ponto da carne. É frango, por isso já se sabe que tem de ficar mesmo, mesmo bem passado. Os golpes na carne são para "ajudar" o tempero mas também para a cozedura ser mais rápida. E para ser mais fácil saber se a carne está pronta.

 

* Para quem não gosta de picantes, ou não se dá lá muito bem com eles, ou tem criançada em casa: é claro que a pimenta e o piripíri são opcionais.

23
Set17

Gracinhas de massa folhada que sabem bem e fazem figura.

Rosas de courgete e salmão fumado - Rolinhos de tomate e brie.jpg

 

Eu sou de petiscos.

 

Gosto de tudo, sim. E de todas as refeições do dia. Mas os petiscos têm um lugar especial no meu coração. "Bicar" daqui e dali, com um bom pão e um bom vinho na mesa e em boa companhia, é para mim um momento realmente feliz. Lembro-me de muitos almoços e jantares, claro; mas no caso das petiscadas, em família ou entre amigos, aposto que não me esqueci de nenhuma. São sempre momentos simples e por alguma razão memoráveis. E uma mesa cheia de petiscos é uma bela imagem.

 

Por isso – e também porque hoje o jantar foi uma espécie de improviso petisqueiro –, o Gulinha começa as receitas com um petisco. Não foi planeado, mas só podia acontecer assim.

 

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Muitas vezes abro a despensa e o frigorífico e invento qualquer coisa com aquilo que tenho. É uma maneira de não estragar nada, de variar ainda mais as refeições e por vezes de fazer boas descobertas. Hoje foi mais ou menos isso que aconteceu.

 

Entre as cem receitas (por alto) que tenho guardadas para experimentar, uma delas era daquelas que fazem figura em qualquer jantar: umas "rosas" de massa folhada com courgete e salmão fumado. A única coisa que comprei de propósito, e foi porque decidi experimentar esta receita já há alguns dias, foi o salmão fumado. O resto já cá estava.

 

Depois de fazer as "rosas", ainda sobrou massa, e por isso decidi gastá-la de outra forma. Tinha tomate, tinha queijo brie, tinha um restinho de pesto rosso... Feito.

 

(Sim. Eu sei que queijo, tomate e pesto não é assim a ideia mais nova de sempre. De certeza que meio mundo já fez o mesmo que eu. Mas eu não fui buscar inspiração a lado nenhum, por isso esta conta como minha, ok?)

 

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"Rosas" de courgete e salmão fumado

 

Ingredientes [para duas rosas]:

2 tiras de massa folhada de cerca de 5 cm de largura

Meia courgete

100 g de salmão fumado

Queijo creme q.b. [O que preferir – simples, light, com azeitonas, com ervas...]

Azeite q.b.

 

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Primeiro, tem de pôr o forno a pré-aquecer, nos 200º C. Logo a seguir, corte a courgete em fatias fininhas (eu usei a minha rica mandolina – um dia falo mais dela) e ponha-as de lado. Em seguida corte as duas tiras de massa e barre-as com o queijo creme. Depois, é colocar por cima do queijo as rodelinhas de courgete – de maneira a deixar cerca de 1 ou 2 cm de bordo em baixo, e também a que os topos das rodelinhas fiquem de fora da tira de massa. No mesmo nível, vai a seguir pôr o salmão, por cima da courgete. Pode ficar mais baixinho que a dita; o importante é guardar na mesma o bordo inferior.

 

Quando já tiver as duas "fitas" montadas, dobra o bordo de baixo para cima, como uma bainha, e depois, com jeitinho, enrola a massa. (No fim pressione bem a ponta, para colar e não correr o risco de que as flores se desfaçam no forno.)

 

Antes de levar ao forno (num tabuleiro forrado com papel vegetal, claro), pincele os bordos da courgete que ficam de fora com um pouco de azeite. A ideia não é que fique a escorrer; é só mesmo untar ao de leve, para depois não queimar. (Em alternativa ao pincel, pode molhar ligeiramente uma toalha de papel de cozinha com o azeite e passá-la suavemente nos bordos da courgete. Assim até controla melhor a quantidade e tudo.)

 

Et voilá. Vai ao forno até a massa estar dourada e serve-se ainda quentinho. Uma rosa por pessoa é suficiente se for uma entrada; se quiser fazer disto um jantar leve, talvez duas por pessoa sejam o ideal. 

 

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Rolinhos de tomate e brie

 

Ingredientes [para oito a dez rolinhos]:

2 quadrados de massa folhada de 10x10 cm

8 a 10 tomates cherry, cereja ou mini-chucha

8 a 10 quadradinhos de queijo brie [da altura dos tomates]

Pesto q.b.

Orégãos q.b.

 

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Se usou uma base de massa folhada daquelas redondas, de compra, e se só fez as duas "rosas", a parte de massa que sobrou chega para estes nove rolinhos. (Se não usou... Bom, é cortar dois quadrados de massa.) Enrole as sobras, estique-as com o rolo (não se esqueça de polvilhar a bancada com farinha) e corte, para ficar em forma de quadrado. Depois, volte a fazer o mesmo com as novas sobras e faça mais um quadrado.

 

A ideia é cortar cada quadrado em quatro ou cinco tirinhas, da altura do tomate. Depois, é simples: barra as tirinhas com pesto (eu usei rosso, porque era o que tinha cá em casa, mas acho que com o "normal" até vai ficar melhor), abre os tomates a meio, coloca aí o quadradinho de queijo, fecha o tomate, põe sobre a tirinha e enrola. A seguir é só fechar por baixo: aperta a massa até que feche e que fique com o formato de uma tacinha. É uma espécie de vol-au-vent apressado, vá.

 

Depois de ter todos os tomatinhos enrolados na massa, põe tudo num tabuleiro e polvilha com orégãos. Se couber pode juntar às "rosas" – tenha só cuidado com o espaço, porque estes rolinhos têm tendência a cair e se se colam uns aos outros é uma tristeza.

 

Leve ao forno (pré-aquecido a 200º C) até a massa estar dourada e os tomates ficarem meio mirradinhos.

 

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Nota:

* A massa destas receitas pode ser a que preferir. Eu usei folhada porque era a que tinha – sendo que habitualmente nem é coisa que use muito. Massa quebrada serve perfeitamente; massa de pizza também (nos rolinhos de tomate, então...). Ainda não experimentei, mas filo e brick também resultam, de certeza. E com a vantagem de serem mais saudáveis que qualquer uma das outras...